Minha lista de blogs

segunda-feira, dezembro 24, 2007

ALTOS E BAIXOS

Hércules e Abiud, verdadeiros baluartes do futebol-de-mesa-arte.

Eis aí a minha última crônica de 2007. Talvez um pouco amarga, pois num balanço do que foi feito nesse período, pode-se dizer que a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa sofreu e muito para que o ano terminasse com a perspectiva de que em 2008 a coisa tenderá a melhorar. A gangorra nesse ano que se finda demonstra que o equilíbrio, tão necessário para o sucesso dos empreendimentos, não aconteceu e observou-se, então, um sobe e desce que muito incomodou aos que dirigem a entidade. A incompreensão de muitos, aliados às vaidades e à falta de educação, fez com que aquilo que foi planejado para esse ano não atingisse plenamente seus objetivos. O futebol de botão, infelizmente, é um esporte cada vez mais caro, exigindo para a sua realização gastos que oneram sobremaneira àqueles que praticam com assiduidade. O universo dos botonistas está concentrado na classe média baixa, de poucas posses e, assim, sem condições de colaborar financeiramente para cobrir as despesas que surgem e que não são poucas. Sobra, então, para uma minoria, constituída de veteranos, amantes do futebol de mesa, toda a responsabilidade para que o jogo de botão possa ainda sobreviver. A luta para permanecer fora dos quintais e terraços, que fazia com que o futebol de mesa fosse sempre olhado como brincadeira de crianças ou joguinho entre pais e filhos nos prolongados fins-de-semana, normalmente em casa de veraneio ou em dias chuvosos, continua insana. Aqueles poucos que olham o botão como esporte ainda hoje são considerados como peterpans, pois na nossa cultura retrógrada adultos não podem perder tanto tempo com brincadeiras “idiotas” que não levam a nada, conforme dizem. O esforço hercúleo continua muito intenso na tentativa quase infrutífera para desarraigar valores, preconceitos e conceitos que vêm de longas datas. A geração que está a frente da APFM já dobrou o cabo-da-boa-esperança e já se vislumbra um pouco adiante a hora do crepúsculo de alguns, porém, o duro de tudo isso é saber que não há sucessores em potencial para dar a esperança de que o futebol de botões ainda terá uma vida muito longeva e que não é um esporte em vias de extinção. Isso serve não só para a regra pernambucana, mas é público e notório que o problema atinge todo o universo do futebol de mesa, independente da regra. Aqui em Pernambuco estamos sempre com um pé na frente e outro atrás e na maioria das vezes a caminhada é feita de maneira cada vez mais lenta, chegando algumas vezes a haver retrocesso, tal o grau de dificuldade que deparamos no dia-a-dia. Falar em união é o mesmo que soltar barata em terreiro de galinha, tal é o conflito de idéias e de interesses entre os diversos pequenos grupos. Há muita picuinha entre as partes. A falta de educação é latente. A desportividade não existe. Que o Brasil inteiro saiba que nós, aqui em Pernambuco, somos amáveis, cordiais, solícitos, educados quando estamos fora de nossa praia, em presença de estranhos. Nessas ocasiões, somos mestres em jogar toda a sujeira para debaixo do tapete. Porém, quando estamos sós, aí não há quem nos segure: começa o pega-prá-capar, com desavenças, ódios, iras, raivas e toda a gama de qüiproquós que abalam todas as estruturas, por mais forte que sejam, do nosso futebol de botões. Daí, nesse Natal, não ter a menor esperança de que os botonistas aproveitem o grande momento para uma profunda reflexão e daí tentar o entendimento no intuito de prolongar a vida desse maravilhoso esporte. Aqui, na nossa humilde associação, os poucos que se aventuram na prática do futebol-de-mesa-arte, já tomaram uma decisão: Em 2008, apenas participarão de atividades botonísticas aqueles que realmente querem e podem delas tomar parte. Que os aventureiros e os gananciosos baixem em outro terreiro. A Associação Pernambucana de Futebol de Mesa estará depurada e assim, no fim de cada jornada, poderemos então retornar aos nossos lares felizes por termos nos divertido da maneira mais salutar possível, num ambiente da mais sã camaradagem. Que sumam as picuínhas! Não são e jamais serão bem-vindas! Fiquem onde estão! Viva o botão!

terça-feira, novembro 13, 2007

A VISIBILIDADE

A visibilidade do futebol-de-mesa-arte da Regra Pernambucana
Há dias atrás, fui surpreendido com uma entrevista de um botonista, em uma emissora de rádio local, falando a respeito, obviamente, do futebol de mesa no Estado de Pernambuco, enaltecendo, na oportunidade, as regras ditas oficiais: a paulista e a baiana. Fez referência à regra pernambucana, porém, observou-se que ao invés de demonstrar que a mesma tinha suas qualidades e particularidades, preferiu dizer que apenas não era interessante, pois, não dava visibilidade a seus praticantes, confinados num gueto chamado de Associação Pernambucana de Futebol de Mesa. Aqui estou, portanto, para mostrar apenas a realidade. O entrevistado passou uma temporada frequentando a Associação, porém, não se tornou um botonista de ponta, daí, talvez, a frustração de não ser considerado um bom ou até mesmo um regular botonista. Pelo que apresentou, chegou-se a conclusão que seu potencial era fraco demais para chegar a ser um dos "tops" da regra pernambucana. É isso o que ocorre com muitos que aqui comparecem. São senhores em seus feudos, mas aqui, no nosso ambiente, não passam de servos. Os poucos que evoluiram, hoje, são considerados os melhores botonistas do Estado (Humberto, na Regra Baiana e Moisés Pena, na Regra Paulista). Cito aqui,para ilustrar, o exemplo do botonista conhecido em todo Brasil, com várias e várias conquistas, o amigão Armandinho. Durante anos Armando Francisco Filho se destacou no futebol de mesa, jogando na regra pernambucana. Tanto isso é verdade que o mesmo sempre declarava que jamais treinava na regra paulista, mesmo em véspera de competições em que tomaria parte. O grau de eficiência que o mesmo demonstrava nos jogos treinos na regra pernambucana era mais do que suficiente para alcançar excelentes resultados nessas competições. Não estou aqui para dizer que essa ou outra qualquer regra presta ou não presta. O que interessa é que todos saibam que a regra pernambucana não é para todo mundo. O jogo de botão nessa regra é a melhor representação de uma partida de futebol trazida dos campos para a mesa. Isso sempre foi dito por pessoas sem nenhum vínculo com o esporte e que tiveram a oportunidade de observar o jogo em diversas regras. Um médico famoso do Recife se referiu uma vez, textualmente: "da maneira que vocês jogam é como se tivessem mãos de cirurgião". Outro, fez essa feliz consideração: "Vocês usam tanta estratégia nesse jogo que chega a me causar dor de cabeça quando quero os acompanhar". Em suma, quero revelar que a regra pernambucana não é dificil, mas necessita de uma grande dedicação e os bons resultados somente acontecem quando o botonista mostra na realidade que tem potencial para tal. A diferença dela para com as outras é que a regra pernambucana é o futebol-de-mesa-arte. É para quem é e não para quem quer. Muitos por aqui passam, mas poucos mostram que poderão chegar a algum lugar. Uma pequena amostra da regra pernambucana está num vídeo, no Youtube. Basta acessar! Vendo-o, dá para sentir o que é o futebol-de-mesa-arte. Com toda a visibilidade possível.

sexta-feira, outubro 12, 2007

A ALÇA DO CAIXÃO

Armandinho, nos dias de hoje, relembrando os bons tempos do passado
Essa historinha aconteceu em 1966, no bairro da Boa Vista, na Rua Visconde de Goiana, na casa da mãe de Severino Vieira, o famoso Biu da palheta redonda, cujo time de botão era o incrível Vasco da Gama, com seus astros Cerejeira, Barrabás, Valussi, Maracahy e Pé-de-Valsa.
O campeonato começara em março, em dois turnos, com dez equipes. Nessa época, os botonistas da Boa Vista se sentiam ameaçados com os forasteiros da Estância, desde o ano anterior , quando Valdir Santa Clara conquistou de maneira brilhante o campeonato de 1965, vencendo as duas partidas decisivas contra o próprio Vasco da Gama, de Biu Vieira. Foi a maior conquista santista da sua história.
Começa o campeonato e mais uma vez a turma da Estância se destaca e ameaça de novo a turma da Boa Vista. O primeiro turno é vencido pelo ainda jovem de 15 anos, Armandinho, com seu Botafogo, de Morcego, Doval, Zé Roberto e Belga. Era seu primeiro campeonato entre os monstros sagrados do celotex.
Vem o segundo turno e o Sport, de Paulo Felinto, estanciense de primeira linha, não encontra obstáculos e vence tranquilamente.
Quando tudo parecia que a decisão, obviamente, seria entre os dois vencedores dos turnos, eis que Biu, junto com a cúpula da Boa Vista, tentando resgatar a hegemonia do futebol de botões para seu bairro, resolve realizar um terceiro turno e chama o saudoso Gilvan Carvalho, um autêntico craque da palheta, com seu não menos famoso esquadrão santista, que estava afastado da Liga da Boa Vista, há algum tempo.
Aceito o convite, Gilvan vem com a corda toda e, numa arrancada impressionante, fatura o terceiro turno. Vibra a turma da Boa Vista, pois a hegemonia do futebol de botões estava para voltar para o bairro. Iria acabar a ameaça.
Começa a decisão, num triangular espetacular. Casa cheia e as torcidas mais do que animadas. No primeiro jogo, o Botafogo, de Armandinho, numa partida emocionante, vence ao Sport, de Paulo Felinto, por 3x2. O segundo jogo reuniu o Santos, de Gilvan Carvalho e o Sport, derrotado no jogo anterior. Partida dura, catimbada, com a vitória, no finalzinho, do Santos, por 2x1.
Botafogo x Santos seria, então, o grande clássico que iria apontar o supercampeão da Boa Vista, marcado para o domingo seguinte, com início previsto para às 10 horas da manhã.
Durante os dias que antecederam o embate, era só no que se falava e os bochichos corriam soltos, com o bloco da Boa Vista apostando todas as fichas no seu representante legal, o Santos, de Gilvan. Eles alegavam que Armandinho ainda era inexperiente e que iria tremer na hora h, tal a pressão que iria se fazer.
A turminha da Estância torcia abertamente pelo sucesso do alvinegro botafoguense, porém, sem muito entusiamo, pois, de uma certa forma, concordava com a avaliação da turma do outro lado.
Chega o grande dia e Gilvan, matreiramente, surge cedinho e avise que só vai poder jogar após o meia-dia, pois teria que ir a um enterro de um conhecido da família dele. Armandinho já estava lá, também, e permaneceu quietinho, somente aguardando o grande momento. As horas foram se passando, a fome chegando e a ansiedade aumentando cada vez mais.
Eis que, por volta das 12h30, adentra à casa da mãe de Biu, Gilvan Carvalho, com toda a sua malícia. Escaladas as equipes, o árbitro Humberto Simons dá início à partida. E, então, o mais incrível acontece: o Botafogo arrasa o Santos e sapeca-lhe sem dó nem piedade um sonoro 5x0. Sagra-se supercampeão da Boa Vista para a alegria dos estancienses. 
Gilvan, cabisbaixo, ainda sentindo o amargo da derrota, não se conteve e, virando-se para a platéia, desculpou-se: - Não deu, turma! Passei o tempo todo segurando a alça do caixão! A mão pesou!

quarta-feira, setembro 19, 2007

QUE LAMBIDA!

O santista Waldyr Santa Clara e Moisés Pena num bom momento do futebol de mesa
Essa historinha é recentíssima. Aconteceu já na atual sede da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa e envolve uma personagem fantástica do futebol de botões, o outrora grande palheteiro Waldyr Santa Clara. 
Para se ter uma idéia de quem era Waldyr, nos tempos românticos do futebol de mesa, basta dizer que o mesmo usava e abusava da inventiva. Em cada partida que atuava procurava sempre executar jogadas novas, jamais imaginadas por outro qualquer botonista. Abusava de jogar botão. Era simplesmente espetacular. 
Porém, tinha um grave defeito: gostava de catimbar, procurando sempre tirar a concentração do oponente. Muitas vezes fazia uma cara tão feia para o adversário que o mesmo se intimidava e terminava por facilitar a vitória do fantástico time do Santos, com Pelé e tudo. 
Era comum chegar à casa de Waldyr e encontrá-lo com o time de botões postado na frente da televisão em dia de véspera de uma partida de campeonato. Antes que alguém perguntasse o que aquilo significava, ele, antecipando-se à pergunta, já respondia: Os meninos tão concentrados e estou mostrando a eles o que os mesmos devem fazer, amanhã, frente aos adversários. Parecia coisa de maluco. Podia-se afirmar que aquilo era fanatismo mesmo. 
Mas o tempo passou e, infelizmente, o nosso querido Santa Clara não quis se reciclar. Afastou-se um bom tempo dos campos de botão e só agora no atual início de século resolveu retornar, porém, não quis aceitar as mudanças na regra e teimou em permanecer com os pequeninos botões que já não mais cabiam no atual contexto do futebol de mesa. Insistiu e começou a participar de algumas competições, mas sentiu que não conseguia alcançar os melhores do ranking da associação. 
Várias vezes ameaçava desistir mas os pedidos de alguns amigos fazia com que ficasse até o fim dos eventos. Aí, entre uma partida e outra, passou a se valer da velha catimba. E foi o que ocorreu no confronto com o Aston Villa, de Max Monteiro. 
Quando viu seu adversário pedir um tempo para ir ao banheiro, agiu rápido: deu uma lambida na base de uns cinco botões do time de Max e ficou esperando seu retorno. Acontece que o árbitro escalado para o embate, Rubens Junior Buiú,, sem que Waldyr percebesse, notara o fato e discretamente afastou-se da mesa de jogo e conseguiu avisar em tempo ao técnico do Aston Villa. Quando este retornou e o jogo ia se iniciar, eis que, com a maior tranqüilidade, Max pediu um tempo ao árbitro para massagear (limpar) os botões novamente. 
De imediato Waldyr retrucou e falou: - Max, para que isso, porra! Tu, já não limpaste esse time! Para que perder tempo, ó rapaz! Vamos começar logo esse jogo, que eu quero ir embora cedo! 
Então, Max, com a maior calma do mundo, responde: - Waldyr, não tem jeito, cumpadre! Toda vez que eu vou ao banheiro, quando volto, é sempre assim. Eu tenho que limpar o time de novo. É um vício que não tem jeito de tirar. Passou o time na flanela e ganhou o jogo.

terça-feira, setembro 18, 2007

A HORA DA FAXINA

Dinoraldo, Abiud, Flávio Rogério
Botonistas da Regra Pernambucana que podem e querem jogar o autêntico futebol de mesa
E tudo levava a crer que a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa voltaria aos velhos tempos, com todos os sócios ansiosos por mais um campeonato. Criou-se o clima de festa, iniciaram-se as inscrições, organizada a comissão, aprovado o regulamento, começa, então, a guerra pela conquista da Copa Recife.
De repente, não mais que de repente, os erros do passado voltam a acontecer, dessa vez com mais intensidade, dando a entender que há um firme propósito de alguns em melar a competição, dando aquela demonstração, que é useira e vezeira aqui no Recife, a célebre política do carangueijo: "Quando procura-se atingir o topo, vem alguns puxando para baixo e a roda-viva continua".
Felizmente, ainda, existem os heróis renitentes, que não se vergam ante os infortúnios. Reajem e vê as suas forças crescerem ainda mais e, assim, conseguem levar o barco até um porto seguro.
Quando foi selado o pacto para que tudo corresse nos conformes, houve o alerta para somente aceitar inscrições em competições de botonistas que quisessem e pudessem realmente participar com seriedade dos eventos. O que interessava era a qualidade e não a quantidade, porém, ainda há aqueles que, ingenuamente, acreditam no Sangri-lá, daí aceitar, mais uma vez, a presença daqueles que sempre trouxeram problemas e que, intencionalmente, só causam malefícios à Associação.
Bastou iniciar a competição e já na terceira rodada as faltas começaram a acontecer. Alguns ainda tinham o bom senso de avisar aos adversários e à comissão do campeonato que não poderiam comparecer na data prevista, mas a grande maioria simplesmente não dava a mínima importância, numa demonstração de pouco ou nenhum apreço ao evento.
A solução mais óbvia é cumprir com rigor o que manda o regulamento da competição, porém, já se sabe de antemão que a Copa Recife viverá o cáos, pois se prevê o afastamento de várias equipes, que não concordando com o que aceitaram no início, simplesmente não mais comparecerão aos jogos. As vitórias por WxO irão vingar e a Copa Recife que tanto prometia será esvaziada.
Mas nem tudo estará perdido, pois, a partir de agora, o futebol de mesa, praticado na regra pernambucana, contará, na realidade, apenas com aqueles botonistas amantes e abnegados e que sempre lutaram e continuarão lutando por um esporte sadio, dentro de um ambiente onde o congraçamento seja a tônica principal. São aqueles que querem e podem jogar, não interessando em tirar proveito próprio, a não ser o prazer de continuar praticando o futebol de botões com amor e satisfação.
A Associação Pernambucana de Futebol de Mesa continuará sempre firme e forte, pois o bem, de uma forma ou de outra, sempre triunfará. E é isso que vai acontecer. Quem viver, verá!

quinta-feira, agosto 30, 2007

COMEÇA A GUERRA DA COPA RECIFE

Botonistas da APFM prontos para a Guerra da Copa Recife
Baixada a poeira, a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa promove a Copa Recife 2007, válida para o título de campeão do ano, na Regra Pernambucana. Inscreveram-se dezoito equipes para a sensacional disputa do troféu “Copa Recife”, em pontos corridos, num turno único. Na abertura da competição, sábado dia 11 de agosto, o favorito ao título, o Paulistano, de Moisés Pena, venceu ao estreante Santos Peixe, de Marcos Cordeiro, aplicando-lhe 3x0, com arbitragem de José Hércules. Pelo mesmo escore, o Porto, de Dinoraldo Gonçalves, não tomou conhecimento do Fluminense, de Flávio Azevedo, no jogo realizado na Toca da Raposa, arbitrado por Abiud Gomes. No estádio Timbuzão, com o apito de José Ribamar, o Santos, de Adilson Ribeiro não encontrou dificuldades para derrotar por 2x0 o Olimpique Lyon, de Alexandre Freitas. Também na Toca da Raposa, o Náutico, com seus craques holandeses, suou para vencer por 1x0 o time do Vitória de Guimrães, de Azevedo Neto, com gol salvador de Neeskens, no finzinho do jogo. A arbitragem coube a Adriano Oliveira. No Brasília Stadium, as equipes do Corinthians, de Adriano Oliveira e do Internacional, de Clóvis Sandes, ficaram no empate de 1x1, num jogo muito catimbado e retrancado. Na partida mais disputada da rodada, no Brasília Stadium, o Botafogo, de Marcos Silva, venceu por 5x3 o São Paulo, de Max Monteiro. Ainda não estrearam as equipes do Coritiba, de Cláudio Sandes, do Cruzeiro, de Marcos Cardoso, do Grêmio, de José Ribamar, do Hércules, de José Hércules, da Juventus, de Vandré Meneses e do Vila Belmiro, de Albertinho.
Sábado, dia 18 de agosto, a programação prevê os jogos complementares da 1ª rodada e mais os jogos da 2ª rodada. Destaque para o clássico Cruzeiro X Grêmio, equipes que sempre ficam nas cabeceiras dos torneios realizados dentro da APFM. Pelo que já se pode observar, o Paulistano, de Moisés Pena, é o mais forte candidato ao título, pois mantém o mesmo time campeão do Torneio do Ranking, conquistado após seu retorno do Haiti. Outro forte concorrente, lutando pelo bicampeonato, é o Grêmio, de José Ribamar, com sua famosa legião chifronésia branca. O Botafogo, de Marcos Silva, é um time perigosíssimo, com um espetacular jogo ofensivo. Já o Vila Belmiro, de Albertinho, é uma equipe manhosa e que sempre gosta de aprontar. Vai dar muito trabalho. É preciso ficar de olho nesse time peixeiro. Náutico, de Abiud Gomes, Santos, de Adilson Ribeiro, Cruzeiro, de Marcos Cardoso, são times que alternam bons e maus momentos, mas que sempre ficam bem situados na classificação geral. Outro que pode surpreender é o Porto, de Dinoraldo Gonçalves, porém, será necessário que se domine o nervosismo do seu treinador. Quanto aos demais, o que se tem certeza é que causarão algumas zebras durante o campeonato, mas dificilmente ocuparão lugar de destaque na classificação. A lamentar apenas a ausência, mais uma vez, do Santa Cruz, do excelente botonista Armandinho, sempre presente nos grandes acontecimentos da APFM. Resta agora torcer para que a Copa Recife alcance o sucesso que é esperado, para o bem do futebol de mesa e da regra pernambucana. Serão dezessete rodadas empolgantes! Viva o botão!

segunda-feira, agosto 20, 2007

PEQUENA AMOSTRA DA REGRA PERNAMBUCANA

Botonistas da Regra Pernambucana de Futebol de Mesa
É meus amigos, a regra pernambucana de futebol de mesa começa a se tornar conhecida em todo território nacional.
Para quem não sabe, a regra pernambucana é uma das mais antigas praticadas no Brasil, porém, seu campo de ação ficou restrito ao Estado de Pernambuco, notadamente na cidade do Recife, nos bairros da Boa Vista e da Estância.
Time da regra pernambucana com destaque para o goleirão
Tem como principais características: goleiro cilíndrico; bola de borracha; botões cavados na base; um toque na bola com cada botão; limite de 12 toques coletivos; arremesso lateral lançando a bola com a mão sobre a superfície do botão; movimentação de botões apenas em jogadas executadas; nomes grafados na cava da base; escudos colados ou incrustados na superfície; cores as mais diferentes; tamanhos variando de 33mm a 42mm de diâmetro; altura média de 5,5mm; tempo da partida em 30 minutos divididos em dois tempos de 15 minutos; arbitragem em todos os jogos oficiais; fosso circundando o campo de jogo.
Essas são, pois, as principais particularidades da regra pernambucana, hoje, difundida no seio da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa e também em terraços, garagens e quintais de algumas residências na região metropolitana do Estado.
Bolinhas de borracha fazem toda a diferença com as demais regras
Acessando o link, os interessados terão uma pequena amostragem de como é praticar o futebol de mesa, seguindo a regra pernambucana.
Com toda a vivência no futebol de botões, pode-se dizer, sem medo de cometer injustiça, que o jogo de botões, na regra pernambucana, tem mais semelhança com uma partida de futebol do que as demais regras. Os escores das partidas, as táticas empregadas, as zebras, o estado emocional dos botonistas, a pontuação, a artilharia das competições, a valorização dos botões, a identificação das equipes, o individualismo dos botonistas, tudo isso lembra o mundo do futebol.
Mesmo admirando e praticando o futebol de mesa nas diversas regras existentes, principalmente aqui em Pernambuco, fica a certeza de que a regra da bolinha de borracha é a que exige mais qualidade técnica por parte dos praticantes.
Todas as outras têm suas particularidades e suas virtudes, mas na observação de um leigo que assistiu jogos em várias regras, após ter dito textualmente: "essa regra pernambucana é para quem tem mãos de cirurgião", fica a certeza de que quem pratica bem o futebol de mesa nessa regra, passa a ter grande sucesso nas demais.
Aqui no Recife, temos os exemplos de Armando Francisco Filho, Moisés Pena e Humberto Arruda, todos grandes botonistas, seja em que regra for e que afirmam ter sido de fundamental importância para o sucesso no mundo do futebol de mesa a prática na regra pernambucana, pois exige-se concentração total e muita técnica.
Para comprovar, basta abrir o link e observar. Depois, postem um comentário.
A gratidão é eterna.http://www.youtube.com/watch?v=rzXjNIUcbWE

quarta-feira, agosto 01, 2007

DEPOIS DA TEMPESTADE...

Momento festivo na Associação Pernambucana de Futebol de Mesa
Aos poucos a poeira vai baixando aqui na Associação Pernambucana de Futebol de Mesa. Após um final de campeonato conturbado, os ânimos parecem que estão serenados e corre-se agora atrás, na tentativa de recuperar o tempo perdido. Inicialmente, está sendo anunciada a Copa Recife, com início previsto para o sábado, dia 4 de agosto. Já se inscreveram 14 equipes que lutarão pelo título de campeão da temporada 2007. Foi necessário se adotar um regulamento mais rígido para evitar que fatos desagradáveis, como os acontecidos na temporada passada, voltem a se repetir. Para quem é acostumado a disputar competições, já sabe que a tarefa será bastante árdua, pois é muito difícil evitar que vaidades e interesses outros se sobressaiam ao verdadeiro espírito do evento, lema da Associação, onde o que mais vale é o prazer de competir, dentro do mais puro sentimento ético desportivo. Há um ditado popular que diz: "Uma ovelha ruim põe um rebanho a perder", porém, são nessas horas que a luta tem que ser mais insana ainda, para que minorias não terminem cantando aos quatro ventos que o que interessa na realidade é vencer seja de qual jeito for, desprezando assim valores morais, cada vez mais escassos na sociedade. É duro viver uma realidade assim. Felizmente, ainda estão surgindo, no cenário do futebol de mesa, botonistas que se engajam na causa de um futebol de botões jogado de maneira limpa e divertida, dentro daquele espírito olímpico, onde o importante é competir. Graças a isso é que a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa, após a renúncia do presidente Adilson Ribeiro e do afastamento por vontade própria do vice presidente Demil Santos, apesar do abalo em suas estruturas, se refez do duro golpe, mas seguiu em frente, na luta pela preservação do futebol de mesa, notadamente na regra pernambucana, uma das mais belas do esporte de botões. À frente da Associação, estão nomes de peso como os do diretor financeiro José Hércules e do diretor cultural Abiud Gomes, bem assessorados pelo diretor de esportes Adriano Oliveira, que, unidos, não medem esforços para que o jogo de botão, no seio da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa, volte aos grandes momentos de sua existência.
Há ainda ressentimentos , mas nada que o tempo não apague. O vento da esperança e da compreensão já bafejam com mais intensidade e novos botonistas começam a surgir, numa clara demonstração de que o futebol de botões, o nosso celotex, vai ainda continuar por muitos e muitos anos. Respira-se paz. A APFM aos poucos vai aumentando seu espaço e, além dos campos da regra pernambucana, hoje, se desfruta de dois campos para os adeptos da regra paulista, mostrando que o convívio entre botonistas, mesmo de diferentes regras, é bastante salutar e que só serve para o engrandecimento do esporte da palheta. Os ranços estão ficando para trás, com o bom senso prevalecendo e com isso quem ganha é o botão, essa maravilhosa modalidade esportiva. Vamos em frente, cada vez mais firmes e fortes. É a sina de qualquer amante desse apaixonante jogo de botões.

domingo, junho 17, 2007

O GATO ESTÁ FORA

Parte do quadro social da APFM
Parece que a rebeldia é a tônica dos que se aventuram na prática do futebol de botões, no âmbito da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa. Bastou que dois membros da diretoria se ausentassem, apenas por poucos dias, por motivo de viagem, para que alguns, ferindo frontalmente a legislação que rege a entidade, agissem por conta própria, como se a associação se tornasse uma "casa-de-mãe-joana" , sem diretoria constituída e normas a serem cumpridas.
Com a ausência de Hércules e Abiud, dois expoentes da APFM e atuais presidentes da Diretoria Executiva e do Conselho de Decanos, respectivamente, um grupo se achou com o direito de programar uma competição, reunindo apenas um número de botonistas que se interrelacionam entre eles. Até aí, nada de extraordinário, porém, esquecem eles que a Associação é constituída de sócios decanos e honoríficos, todos praticamente com os mesmos direitos e deveres. A entidade é democratica e está fundamentada numa irrepreensível conduta ética desportiva. O sócio, desde que consultada a diretoria, através de pedido formal, poderá realizar competições, porém, que não vá de encontro ao estabelecido nos estatutos da APFM, combinado com seu regimento interno. Isso posto, fica claro que qualquer competição somente poderá ser realizada se for aprovada pela Diretoria Executiva e, com antecedência, através de inscrição, com regulamentação elaborada, dando ciência a todo quadro social para que não haja discriminação.
Ocorre, que a competição que teve início no sábado, dia 9 de junho, continuando no sábado 16 de junho, não seguiu os trâmites legais, infringindo assim os estatutos, dando uma clara demonstração de rebeldia.
Espera-se que, a partir de julho próximo, com todo o quadro social advertido para o problema, possa enfim a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa organizar-se novamente, cumprindo assim os preceitos previstos na sua extensa legislação. Estabeleça-se a ordem e a disciplina para que tudo flua na mais absoluta normalidade, sem conchavos e sem discriminação.
Que os sócios da APFM se comportem conscientes de seu papel dentro da instituição e que jamais deixe prevalecer a máxima: "Quando o gato está fora os ratos se banqueteiam". Viva a democracia e o respeito à APFM.

quinta-feira, abril 19, 2007

JOGANDO A TOALHA

Os sonhadores Dinoraldo, Moisés Pena, Abiud e Armandinho

É a pura verdade. O egoísmo exacerbado de muitos, aliado a vaidades incomensuráveis, vem mostrar que não adianta querer transformar o mundo. As pessoas continuarão mais imperfeitas, mais intolerantes, mais irascíveis. É doloroso, porém, verdadeiro.
O futebol de mesa, o nosso sempre tão sonhado futebol de botões, que nos proporcionou momentos alegres e divertidos, não pode e não deve ser jogado de forma competitiva. Tudo tem que ser feito na base da brincadeira. Chega-se a conclusão de que é, na realidade, mais um folguedo que trouxemos dos nossos tempos de criança.
Não adianta criar-se associações com seus estatutos, regimentos internos, normas de conduta, regulamentos de competições, rankings e outras coisas mais.
Ficou mais do que comprovado que nada disso dará certo, por mais seriedade que se possa exigir.
Nós, seres humanos, somos frágeis, desamparados, egoístas, intolerantes, vaidosos, mal-educados, cheios de vícios. Pensamos, apenas, em nós mesmos. Naquilo que irá nos favorecer e aos mais próximos. Não se pensa no coletivo, num futuro promissor. Só se olha o hoje, o agora, com visões no passado, dele só extraindo os fatos que servirão de base para a concretização de objetivos que apenas dêem satisfação a si próprio e aos mais chegados, desde que esses também não venham causar prejuízos a si mesmo. É a cruel e dura realidade.
Esqueçamos, pois, em realizar campeonatos, torneios ou qualquer tipo de competição, pois, por mais que tentemos fazer deles eventos festivos, mas disciplinados e organizados, com regras definidas, onde o objetivo primordial é o congraçamento entre os que deles participam, levando-se em consideração o espírito desportivo que deveria existir dentro que cada um de nós e que, por ocasião da entrega de prêmios, tudo se transformasse em ambiente de festa, observamos que é utópico que isso venha a acontecer, pois sempre existirão as picuínhas, os pobres de espírito, os intolerantes, os egoístas, os vaidosos, os orgulhosos, os ambiciosos, os hipócritas, os falsos amigos, os maus perdedores, os encrenqueiros da vida.
A luta para mudar tudo isso, dentro de nossos sonhos, parecia que era possível. Entendíamos que com o passar do tempo as pessoas iam se modificando, amadurecendo e aprendendo a viver uma com as outras, na mais perfeita harmonia.
Mas, como acontece em todos os sonhos, acorda-se e nos vemos dentro de um mundo real, sem solução. Sentimos, então, uma frustração tamanha dado a nossa fragilidade. Partimos mais uma vez para os vôos da nossa imaginação. Porém, um dia, o amanhecer nos traz um cansaço que nos impede de ainda tentar reunir as nossas forças para um último esforço, simplesmente inútil. É o fim. Chega de sonhos! Joguemos a toalha.

terça-feira, março 20, 2007

NOVA ERA

Hércules, Max e Moisés Pena na luta pelo soerguimento do futebol de botões
Finalmente os campos com fosso chegaram e já foram instalados. A Associação Pernambucana de Futebol de Mesa cumprindo o que determina a regra pernambucana de celotex, depois de muita luta e sacrifício, conseguiu, de uma vez por todas, dotar a sala de jogos com sete campos, todos com fosso. Com isso, o futebol de botões, jogado na regra pernambucana de celotex, torna-se mais competitivo, mais dinâmico, mais inteligente. Uma prova dessa realidade é que os primeiros jogos acontecidos já demonstraram da necessidade de uma maior aplicação por parte dos botonistas. Com a melhoria técnica e tática, as partidas crescem em movimentação e os jogos se tornam sensacionais. Aqui vai um registro especial para o botonista apaixonado e inveterado, José Hércules, que não mediu esforços para a concretização do fato. Contando com a ajuda de Maximino Monteiro e Rubens Junior, num esforço hercúleo (fazendo jus ao nome que tem) conseguiu num prazo recorde deixar em plenas condições a sala de jogos da associação. Agora, a entidade, com força total, parte para organizar os eventos. Em 31 de março, caso seja aprovado pela diretoria executiva, acontecerá a abertura oficial da temporada 2007/2008 com o Torneio do Ranking, competição no sistema mata-mata, reunindo todos os botonistas da APFM e alguns convidados. A exemplo dos anos anteriores, espera-se que o mesmo seja coroado do mais absoluto sucesso. É grande a expectativa, principalmente por tratar-se da primeira competição a ser realizada nos novos campos. Por outro lado, a APFM começa a definir o local de instalação dos campos para atender à regra paulista, dando assim a oportunidade para que mais botonistas utilizem-se do espaço da associação para a prática saudável do futebol de mesa. Superando as dificuldades, a direção da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa vai cada vez mais cumprindo o seu papel de consolidar a prática do futebol de botões longe dos terraços, garagens e quintais, organizando-se de maneira competente, de modo a eliminar possíveis entraves, mesmo sabendo-se que haverá sempre pensamentos conflitantes, mas tendo a certeza de que o bom senso, o sentido ético, a educação desportiva, a obediência às regras e aos regulamentos, a sã camaradagem irão sempre prevalecer, pois esse é o espírito que está imbuído em todos os que fazem a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa. É uma nova era. Uma grande vitória! Parabéns, grande Hércules! Valeu o esforço!

segunda-feira, março 12, 2007

É MUITA PICUÍNHA

E tudo parecia que ia terminar em festa, com o campeonato oficial de 2006, patrocinado pela Associação Pernambucana de Futebol de Mesa, sendo decidido num torneio triangular, envolvendo as equipes do Vila Belmiro, de Albertinho, ganhador do 1º turno, do Internacional, de Paulo César Jiquiá, vencedor do 2º turno e do Grêmio, de José Ribamar, que conquistou esse direito por ter somado mais pontos em todo o campeonato. Ledo engano.
Aconteceu o primeiro jogo, no sábado, dia 3 de março de 2007, com a vitória limpa, clara e insofismável do Vila Belmiro, que aplicou 2x0 no Internacional.
Para surpresa geral, Paulo Jiquiá, que ao final da partida parecia reconhecer o valor da vitória do oponente, de repente, ninguém sabe por quem fora orientado, protestou o jogo, alegando que o Vila Belmiro fizera uma substituição sem autorização do árbitro, pois não constava na súmula do jogo, a entrada do botão. Formou-se o tumulto, o ambiente ficou agitadíssimo, principalmente e inexplicavelmente por parte de José Ribamar de Oliveira, diretor técnico do Grêmio, que parecia ser o mais prejudicado, tal a fúria como se expressava a respeito do fato.
Sua atitude talvez tenha explicação como sendo uma tentativa de desestabilizar o técnico da equipe vencedora, já que a seqüência do triangular estava prevista para aquela mesma data.
Na confusão que se formou, a comissão do campeonato, intempestivamente, reuniu-se, sem condições para tal, pois havia indícios que um dos seus membros dera subsídios para o protesto feito pelo Internacional.
Ocorre que o fato não se enquadra em nenhum artigo do regulamento da competição, pois não encontra amparo na regra pernambucana de futebol de mesa, que serviu de base para a realização da competição.
Mesmo assim, a comissão por 2 votos contra um decidiu pela anulação da partida.
Como não houve mais clima para que o triangular fosse sequenciado e que a tranquilidade voltasse a imperar no recinto da associação, a decisão ficou adiada para o sábado seguinte.
No meio da semana, na 5ª feira, dia 8 de março, ainda a poeira não tinha baixado e observava-se que um dos membros da comissão se mostrava irredutível no seu ponto de vista mesmo lhe sendo mostrado que o teor da regra de futebol de mesa não dava direito a que a comissão tomasse decisões que se sobrepusesse à própria regra.
Com isso, no sábado, dia 10 de março, descontente com os comentários, apresentou uma carta de renúncia, afastando-se da associação.
É deveras lamentável esse tipo de acontecimento, pois, o espírito da associação pernambucana é e será sempre o de congregar em seu interior pessoas que se entendam perfeitamente, com o mais elevado sentido ético.
O espaço foi criado para divertimento salutar. As competições existem como forma de motivação, evitando-se o tédio. Porém, esse não é o espírito de alguns poucos que fazem do jogo de botão uma disputa de vaidades e ambições. Nesses não há o espírito desportivo, a sã camaradagem.
Creio que, no fundo, no fundo, para que procedam dessa forma, o problema está na falta de educação desportiva.
Para nós que gostamos do futebol de mesa, que lutamos para conseguir um espaço neutro, onde todos possam estar se divertindo, na maior alegria, junto a pessoas amigas, está sendo terrível ver esses fatos se tornarem rotineiros. Criou-se uma entidade, com estatutos, regimento interno, regra escrita, normas de conduta, tudo na tentativa de organizar-se para crescer e fazer do futebol de botões uma atividade permanente, acessivel a todos, velhos e jovens, livre, independente, honesta e feliz.
Do jeito que a coisa vai, se não houver uma grande reflexão por todos os amantes do futebol de botões, deixando de lado vaidades e orgulho, pode-se assegurar que o sonho de sair dos terraços, quintais e garagens está com os dias contados! Vai ser dureza voltar ao tempo dos faraós, dos dinossauros, onde quem faz a regra é o dono do campo e do pedaço. É muita picuínha!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

PADRE OU PÁDUA

Veteraníssimo Chico Barbosa, um dos maiores botonistas da história do futebol de botões
Eis mais uma historinha do mundo do futebol de mesa. O fato ocorreu no século passado, mais precisamente na década de 50, na rua Montevidéu, palco de grandes acontecimentos mesafutebolísticos. Era a época romântica do futebol de botões, jogado em terraços, quintais e garagens. 
As personagens, todas amigas, alguns até com certo grau de parentesco. O que se via naquela fase de ouro era apenas uma rivalidade, porém, sem rancores. Após as batalhas, reinava um clima de paz e tranqüilidade. Alguns lamentos, é verdade, que depois se diluíam com facilidade e, então, novas pelejas já estavam se realizando. 
Assim era a vida esportiva na garagem do saudoso Aldiro Santos, um dos maiores botonistas do Recife e adepto da regra de celotex da Boa Vista, atual regra pernambucana de futebol de mesa, que adota a bola de borracha e um toque com cada botão, hoje, limitado a doze toques. 
Corria o campeonato e o encontro entre Montevidéu x Boca Juniors era aguardado com ansiedade. Pelo lado do Monte, dono do campo, seu treinador Aldiro tinha passado a semana toda se preparando para o grande embate. Do lado do Boca, Chico Barbosa confiava na precisão de seus chutes de longa distância, principalmente quando eram feitos pelo seu melhor atacante, o craque mais cobiçado da Liga, Sívori, um dos artilheiros da competição. 
Chega o grande dia e a platéia se posiciona para ver o embate mais aguardado daquele campeonato. Arlindo Vilaça, hoje também no Paraíso, assume a arbitragem da partida. Jogo nervoso, com muitas imperfeições e o primeiro tempo com duração de 20 minutos se escoando e nada do gol aparecer. 
Vem a segunda etapa e quando tudo parecia que o confronto terminaria empatado, eis que uma bola é lançada pelo Montevidéu e pára, exatamente na entrada da área, onde dois botões estavam em posição de arremate. Um arriscando o ângulo direito do goleiro e o outro com a mira no ângulo oposto. Sai da boca de Aldiro o clássico sinal de chute: lá, com Padre! 
Prontamente, Chico Barbosa posiciona o goleiro, fechando mais o ângulo direito e após o indefectível “pronto”, fica esperando o desfecho do lance. Aldiro então disposto no lado direito da mesa, dá uma volta no campo e se coloca no outro lado e chuta no ângulo esquerdo e marca o gol que lhe daria o título. 
Chico Barbosa, surpreso, indaga: você mandou colocar para o chute de Padre, mas quem chutou foi Pádua, pois todo mundo sabe que Padre é o botão preto, enquanto que Pádua é cinza! E, aí, como é que fica, Vilaça? 
Aldiro, então, mostrando todas a sua raposice, dando uma tragada profunda no cigarro, contesta: não, senhor! Padre agora é o cinza. Pode ver o nome grafado embaixo do botão. Ontem à noite eu fiz a troca! 
Revoltado, Chico retira-se de campo e Aldiro comemora o título de campeão. 
De resto, o que se sabe é que o episódio, toda vez que é lembrado causa um certo constrangimento no grande amigão Chico Barbosa, mas, a jogada caiu no folclore do botão e, hoje, em quase todas as partidas que são realizadas, quando uma equipe tenta um lançamento, onde haja dois botões para receber a bola em condições de arrematar a gol, é comum ouvir-se: Padre ou Pádua?


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A CACHIMBADA

O velho Rena, árbitro da célebre cachimbada
Eis mais uma historinha dos tempos românticos do futebol de botões. Aconteceu também na década de 50, porém, dessa vez, na casa da mãe do hoje botonista aposentado, Severino Vieira, o popular Biu, o homem da palheta redonda e do seu grande e famoso Vasco da Gama, de Cerejeira, Barrabás & Cia. 
O jogo envolvia o Montevidéu, do saudoso Aldiro Santos e o Real Madrid, do não menos saudoso Arlindo Vilaça. Aldiro, o rei da catimba, era fumante inveterado e gostava de dar imensas tragadas. Dizia-se, a boca miúda, que, com essas tragadas, ele conseguia desviar a direção da bola e, com isso, dificultar a ação ofensiva dos adversários. 
Como não abandonava o vício, quem jogasse contra o Monte se transformava em fumante passivo, além de ver que a bolinha de borracha, de vez em quando mudava de curso. 
Não adiantava a chiadeira, pois o velho Aldiro não estava nem aí para o problema. – Isso é onda! Jogue botão que você ganha! E desfiava uma série de impropérios. 
Nesse dia, quando estava em jogo a liderança do campeonato, a partida já se encaminhava para o seu final e o empate de 2x2 parecia ser o resultado definitivo do embate. De repente, Vilaça consegue realizar um ataque que poderia redundar em gol. Um simples lançamento para um dos quatro atacantes bem colocados fatalmente levaria para uma conclusão quase perfeita e a possibilidade de vitória. 
Tem prosseguimento o lance e a bola desliza mansamente na superfície do campo. Aldiro, então, dá uma das célebres tragadas no cigarro e o que se viu depois foi que a bolinha que parecia que iria parar em posição de chute, segue mais um pouquinho, tirando toda a chance do Real Madri de pelo menos tentar o gol. 
Vilaça, com seu jeito calmo, pede então para que o árbitro, René Cezar, interrompa a partida pois estava se sentindo mal. De imediato, o jogo foi paralisado e Arlindo Vilaça vai para o interior da casa. Três minutos depois, retorna para o local da partida, portando um cachimbo, desses rústicos, usado pelos sertanejos e que pertencia a mãe de Biu. 
O jogo é reiniciado e a posse de bola vai para o Montevidéu que resolve fazer um lançamento para o campo adversário. Quando parecia que a bola ia parar próxima a área do Real Madrid, eis que Vilaça dá uma tremenda cachimbada que levantou uma nuvem de fumaça e impregnou toda a sala com o cheiro insuportável de fumo de rolo, fazendo também com que a bola retornasse, com toda a velocidade, para o campo do Montevidéu. Todo mundo ficou pasmo e a partida não teve mais clima para ir até o fim.


quarta-feira, janeiro 31, 2007

I TORNEIO CHIFRONÉSIO DO RECIFE

Albertinho e sua Vila Belmiro, o melhor do Chifronésio
E não deu outra. Aproveitando a excelente fase que atravessa, a equipe da Vila Belmiro, paletada por Carlos Alberto, o famoso Beto Sacolinha, sagrou-se, de forma insofismável, campeã do I Torneio Chifronésio do Recife, na regra pernambucana, patrocinado pela Associação Pernambucana de Futebol de Mesa.
A competição reuniu treze equipes, constituídas, única e exclusivamente, por botões de chifre.
Foram doze rodadas, por pontos corridos e, no final, a equipe alvinegra da Vila Belmiro, após um início claudicante, com duas derrotas surpreendentes, soube reagir e chegou aos 26,1 pontos ganhos, no topo da tabela.
Na última rodada, disputada no sábado, dia 27 de janeiro de 2007, aconteceu a grande decisão do torneio, quando se enfrentaram o time da Vila e o Milan, de Tuca Oliveira, que até então estava invicto na competição, precisando apenas da vitória para sagrar-se campeão do Chifronésio.
Com arbitragem de Adilson Ribeiro, o melhor árbitro da APFM, com direito a medalha por ter apitado a maioria das partidas, o jogo foi disputado num clima tenso, com as duas equipes bastante nervosas, porém, com o passar do tempo, a equipe da Vila se impôs e acabou vencendo por 2 x 0.
A perda da invencibilidade levou o Milan para a 4ª colocação. O vice campeonato ficou com o time do Santa Cruz, de Armandinho, após bater o São Paulo, de Max Monteiro, por 4x3, numa batalha duríssima. Na outra partida, também disputada de forma dramática, o Botafogo, de Marcos Silva, desfrutando do melhor ataque e do artilheiro do Torneio, ainda bem que tentou uma reação ante a impetuosidade do Internacional, de Paulo Jiquiá. Terminando o primeiro tempo com o placar adverso de 3x0, chegou ao empate, mas no finalzinho foi traído por um gol espírita do Colorado.
Com isso, quem agradeceu penhoradamente foi o time do Durango, de Abiud Gomes, que se viu alçado à 3ª colocação, com direito a medalha e tudo. O Botafogo ficou no quinto lugar, consolado por ter conquistado as medalhas de melhor ataque (30 gols) e de artilheiro do torneio(Marcelo Rossi, com 9 gols).
Na 6ª posição, o Santos, de Adilson Ribeiro, que teve a melhor defesa, com apenas 7 gols sofridos, também com direito a medalha.
Segue-se, pela ordem, o Internacional, de Paulo Jiquiá, São Paulo, de Max Monteiro, Corinthians, de Adriano Oliveira, Pelotas, de Dinoraldo Gonçalves, Egipiciense, de José Hércules, Marília, de Rubens Junior e, segurando a lanterna, o Itacuruba, de Alexandre Freitas.
Com esse grande feito, o botonista campeão Carlos Alberto agora ocupa o primeiro lugar no ranking de entrada (ranking anual), ultrapassando a Abiud Gomes que durante todo o ano de 2006 vinha ocupando o topo do ranking.
Valeu, Beto Sacolinha! A vitória foi merecidíssima!

terça-feira, janeiro 16, 2007

CACHIMBO DA PAZ


E a paz parece voltar a reinar no futebol de mesa pernambucano. Ainda não será dessa vez que vai acontecer a fusão das regras, nem a filiação de entidades à Federação Pernambucana de Futebol de Mesa, mas o que se observa é que as regras de convivência estão mais para a pacificação do que para a guerra.
A Associação Pernambucana de Futebol de Mesa, com sua regra pernambucana, abre um pequeno espaço para a implantação da regra paulista, disponibilizando dois campos para os adeptos da bola-de-feltro.
É sem dúvida um grande passo que se dá para a união dos botonistas recifenses.
As picuínhas estão sendo deixadas de lado e fica a certeza de que o grupo escolhido para a implantação do núcleo da regra paulista tudo fará para que o empreendimento seja um sucesso. Abiud Gomes, Alexandre Freitas e Moisés Pena estão a frente do destino da Regra Paulista, se bem que, dos três, apenas dois deles gostam e jogam seguindo essa regra. O diretor cultural da APFM, Abiud Gomes, mesmo não sendo praticante de jeito nenhum de futebol de mesa seguindo a regra paulista, é botonista inveterado e interessadíssimo em fazer cumprir os estatutos da associação que ajudou a fundar, onde está previsto a ocupação dos espaços por adeptos das principais regras, pois o objetivo maior quando da criação da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa era o de reunir, em suas dependências, o maior número possível de botonistas, independente de regras que praticassem.
O espírito é o de perpetuar o futebol de mesa, com oficinas que permitam o surgimento de novas gerações de botonistas, mesmo sabendo-se da luta desigual e desumana neste mundo cibernético.
É com essa disposição e garra que o núcleo de futebol de mesa da regra paulista irá atuar, sem esmorecimento. A inauguração do espaço está previsto para o mês de março, quando começa a nova temporada mesafutebolística da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa.
Até lá, só nos resta prepararmos para esse que será mais um grande evento na capital brasileira do futebol de botões.