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quarta-feira, setembro 19, 2007

QUE LAMBIDA!

O santista Waldyr Santa Clara e Moisés Pena num bom momento do futebol de mesa
Essa historinha é recentíssima. Aconteceu já na atual sede da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa e envolve uma personagem fantástica do futebol de botões, o outrora grande palheteiro Waldyr Santa Clara. 
Para se ter uma idéia de quem era Waldyr, nos tempos românticos do futebol de mesa, basta dizer que o mesmo usava e abusava da inventiva. Em cada partida que atuava procurava sempre executar jogadas novas, jamais imaginadas por outro qualquer botonista. Abusava de jogar botão. Era simplesmente espetacular. 
Porém, tinha um grave defeito: gostava de catimbar, procurando sempre tirar a concentração do oponente. Muitas vezes fazia uma cara tão feia para o adversário que o mesmo se intimidava e terminava por facilitar a vitória do fantástico time do Santos, com Pelé e tudo. 
Era comum chegar à casa de Waldyr e encontrá-lo com o time de botões postado na frente da televisão em dia de véspera de uma partida de campeonato. Antes que alguém perguntasse o que aquilo significava, ele, antecipando-se à pergunta, já respondia: Os meninos tão concentrados e estou mostrando a eles o que os mesmos devem fazer, amanhã, frente aos adversários. Parecia coisa de maluco. Podia-se afirmar que aquilo era fanatismo mesmo. 
Mas o tempo passou e, infelizmente, o nosso querido Santa Clara não quis se reciclar. Afastou-se um bom tempo dos campos de botão e só agora no atual início de século resolveu retornar, porém, não quis aceitar as mudanças na regra e teimou em permanecer com os pequeninos botões que já não mais cabiam no atual contexto do futebol de mesa. Insistiu e começou a participar de algumas competições, mas sentiu que não conseguia alcançar os melhores do ranking da associação. 
Várias vezes ameaçava desistir mas os pedidos de alguns amigos fazia com que ficasse até o fim dos eventos. Aí, entre uma partida e outra, passou a se valer da velha catimba. E foi o que ocorreu no confronto com o Aston Villa, de Max Monteiro. 
Quando viu seu adversário pedir um tempo para ir ao banheiro, agiu rápido: deu uma lambida na base de uns cinco botões do time de Max e ficou esperando seu retorno. Acontece que o árbitro escalado para o embate, Rubens Junior Buiú,, sem que Waldyr percebesse, notara o fato e discretamente afastou-se da mesa de jogo e conseguiu avisar em tempo ao técnico do Aston Villa. Quando este retornou e o jogo ia se iniciar, eis que, com a maior tranqüilidade, Max pediu um tempo ao árbitro para massagear (limpar) os botões novamente. 
De imediato Waldyr retrucou e falou: - Max, para que isso, porra! Tu, já não limpaste esse time! Para que perder tempo, ó rapaz! Vamos começar logo esse jogo, que eu quero ir embora cedo! 
Então, Max, com a maior calma do mundo, responde: - Waldyr, não tem jeito, cumpadre! Toda vez que eu vou ao banheiro, quando volto, é sempre assim. Eu tenho que limpar o time de novo. É um vício que não tem jeito de tirar. Passou o time na flanela e ganhou o jogo.

terça-feira, setembro 18, 2007

A HORA DA FAXINA

Dinoraldo, Abiud, Flávio Rogério
Botonistas da Regra Pernambucana que podem e querem jogar o autêntico futebol de mesa
E tudo levava a crer que a Associação Pernambucana de Futebol de Mesa voltaria aos velhos tempos, com todos os sócios ansiosos por mais um campeonato. Criou-se o clima de festa, iniciaram-se as inscrições, organizada a comissão, aprovado o regulamento, começa, então, a guerra pela conquista da Copa Recife.
De repente, não mais que de repente, os erros do passado voltam a acontecer, dessa vez com mais intensidade, dando a entender que há um firme propósito de alguns em melar a competição, dando aquela demonstração, que é useira e vezeira aqui no Recife, a célebre política do carangueijo: "Quando procura-se atingir o topo, vem alguns puxando para baixo e a roda-viva continua".
Felizmente, ainda, existem os heróis renitentes, que não se vergam ante os infortúnios. Reajem e vê as suas forças crescerem ainda mais e, assim, conseguem levar o barco até um porto seguro.
Quando foi selado o pacto para que tudo corresse nos conformes, houve o alerta para somente aceitar inscrições em competições de botonistas que quisessem e pudessem realmente participar com seriedade dos eventos. O que interessava era a qualidade e não a quantidade, porém, ainda há aqueles que, ingenuamente, acreditam no Sangri-lá, daí aceitar, mais uma vez, a presença daqueles que sempre trouxeram problemas e que, intencionalmente, só causam malefícios à Associação.
Bastou iniciar a competição e já na terceira rodada as faltas começaram a acontecer. Alguns ainda tinham o bom senso de avisar aos adversários e à comissão do campeonato que não poderiam comparecer na data prevista, mas a grande maioria simplesmente não dava a mínima importância, numa demonstração de pouco ou nenhum apreço ao evento.
A solução mais óbvia é cumprir com rigor o que manda o regulamento da competição, porém, já se sabe de antemão que a Copa Recife viverá o cáos, pois se prevê o afastamento de várias equipes, que não concordando com o que aceitaram no início, simplesmente não mais comparecerão aos jogos. As vitórias por WxO irão vingar e a Copa Recife que tanto prometia será esvaziada.
Mas nem tudo estará perdido, pois, a partir de agora, o futebol de mesa, praticado na regra pernambucana, contará, na realidade, apenas com aqueles botonistas amantes e abnegados e que sempre lutaram e continuarão lutando por um esporte sadio, dentro de um ambiente onde o congraçamento seja a tônica principal. São aqueles que querem e podem jogar, não interessando em tirar proveito próprio, a não ser o prazer de continuar praticando o futebol de botões com amor e satisfação.
A Associação Pernambucana de Futebol de Mesa continuará sempre firme e forte, pois o bem, de uma forma ou de outra, sempre triunfará. E é isso que vai acontecer. Quem viver, verá!