Essa historinha aconteceu em 1966, no bairro da Boa Vista, na Rua Visconde de Goiana, na casa da mãe de Severino Vieira, o famoso Biu da palheta redonda, cujo time de botão era o incrível Vasco da Gama, com seus astros Cerejeira, Barrabás, Valussi, Maracahy e Pé-de-Valsa.
O campeonato começara em março, em dois turnos, com dez equipes. Nessa época, os botonistas da Boa Vista se sentiam ameaçados com os forasteiros da Estância, desde o ano anterior , quando Valdir Santa Clara conquistou de maneira brilhante o campeonato de 1965, vencendo as duas partidas decisivas contra o próprio Vasco da Gama, de Biu Vieira. Foi a maior conquista santista da sua história.
Começa o campeonato e mais uma vez a turma da Estância se destaca e ameaça de novo a turma da Boa Vista. O primeiro turno é vencido pelo ainda jovem de 15 anos, Armandinho, com seu Botafogo, de Morcego, Doval, Zé Roberto e Belga. Era seu primeiro campeonato entre os monstros sagrados do celotex.
Vem o segundo turno e o Sport, de Paulo Felinto, estanciense de primeira linha, não encontra obstáculos e vence tranquilamente.
Quando tudo parecia que a decisão, obviamente, seria entre os dois vencedores dos turnos, eis que Biu, junto com a cúpula da Boa Vista, tentando resgatar a hegemonia do futebol de botões para seu bairro, resolve realizar um terceiro turno e chama o saudoso Gilvan Carvalho, um autêntico craque da palheta, com seu não menos famoso esquadrão santista, que estava afastado da Liga da Boa Vista, há algum tempo.
Aceito o convite, Gilvan vem com a corda toda e, numa arrancada impressionante, fatura o terceiro turno. Vibra a turma da Boa Vista, pois a hegemonia do futebol de botões estava para voltar para o bairro. Iria acabar a ameaça.
Começa a decisão, num triangular espetacular. Casa cheia e as torcidas mais do que animadas. No primeiro jogo, o Botafogo, de Armandinho, numa partida emocionante, vence ao Sport, de Paulo Felinto, por 3x2. O segundo jogo reuniu o Santos, de Gilvan Carvalho e o Sport, derrotado no jogo anterior. Partida dura, catimbada, com a vitória, no finalzinho, do Santos, por 2x1.
Botafogo x Santos seria, então, o grande clássico que iria apontar o supercampeão da Boa Vista, marcado para o domingo seguinte, com início previsto para às 10 horas da manhã.
Durante os dias que antecederam o embate, era só no que se falava e os bochichos corriam soltos, com o bloco da Boa Vista apostando todas as fichas no seu representante legal, o Santos, de Gilvan. Eles alegavam que Armandinho ainda era inexperiente e que iria tremer na hora h, tal a pressão que iria se fazer.
A turminha da Estância torcia abertamente pelo sucesso do alvinegro botafoguense, porém, sem muito entusiamo, pois, de uma certa forma, concordava com a avaliação da turma do outro lado.
Chega o grande dia e Gilvan, matreiramente, surge cedinho e avise que só vai poder jogar após o meia-dia, pois teria que ir a um enterro de um conhecido da família dele. Armandinho já estava lá, também, e permaneceu quietinho, somente aguardando o grande momento. As horas foram se passando, a fome chegando e a ansiedade aumentando cada vez mais.
Eis que, por volta das 12h30, adentra à casa da mãe de Biu, Gilvan Carvalho, com toda a sua malícia. Escaladas as equipes, o árbitro Humberto Simons dá início à partida. E, então, o mais incrível acontece: o Botafogo arrasa o Santos e sapeca-lhe sem dó nem piedade um sonoro 5x0. Sagra-se supercampeão da Boa Vista para a alegria dos estancienses.
Gilvan, cabisbaixo, ainda sentindo o amargo da derrota, não se conteve e, virando-se para a platéia, desculpou-se: - Não deu, turma! Passei o tempo todo segurando a alça do caixão! A mão pesou!
O campeonato começara em março, em dois turnos, com dez equipes. Nessa época, os botonistas da Boa Vista se sentiam ameaçados com os forasteiros da Estância, desde o ano anterior , quando Valdir Santa Clara conquistou de maneira brilhante o campeonato de 1965, vencendo as duas partidas decisivas contra o próprio Vasco da Gama, de Biu Vieira. Foi a maior conquista santista da sua história.
Começa o campeonato e mais uma vez a turma da Estância se destaca e ameaça de novo a turma da Boa Vista. O primeiro turno é vencido pelo ainda jovem de 15 anos, Armandinho, com seu Botafogo, de Morcego, Doval, Zé Roberto e Belga. Era seu primeiro campeonato entre os monstros sagrados do celotex.
Vem o segundo turno e o Sport, de Paulo Felinto, estanciense de primeira linha, não encontra obstáculos e vence tranquilamente.
Quando tudo parecia que a decisão, obviamente, seria entre os dois vencedores dos turnos, eis que Biu, junto com a cúpula da Boa Vista, tentando resgatar a hegemonia do futebol de botões para seu bairro, resolve realizar um terceiro turno e chama o saudoso Gilvan Carvalho, um autêntico craque da palheta, com seu não menos famoso esquadrão santista, que estava afastado da Liga da Boa Vista, há algum tempo.
Aceito o convite, Gilvan vem com a corda toda e, numa arrancada impressionante, fatura o terceiro turno. Vibra a turma da Boa Vista, pois a hegemonia do futebol de botões estava para voltar para o bairro. Iria acabar a ameaça.
Começa a decisão, num triangular espetacular. Casa cheia e as torcidas mais do que animadas. No primeiro jogo, o Botafogo, de Armandinho, numa partida emocionante, vence ao Sport, de Paulo Felinto, por 3x2. O segundo jogo reuniu o Santos, de Gilvan Carvalho e o Sport, derrotado no jogo anterior. Partida dura, catimbada, com a vitória, no finalzinho, do Santos, por 2x1.
Botafogo x Santos seria, então, o grande clássico que iria apontar o supercampeão da Boa Vista, marcado para o domingo seguinte, com início previsto para às 10 horas da manhã.
Durante os dias que antecederam o embate, era só no que se falava e os bochichos corriam soltos, com o bloco da Boa Vista apostando todas as fichas no seu representante legal, o Santos, de Gilvan. Eles alegavam que Armandinho ainda era inexperiente e que iria tremer na hora h, tal a pressão que iria se fazer.
A turminha da Estância torcia abertamente pelo sucesso do alvinegro botafoguense, porém, sem muito entusiamo, pois, de uma certa forma, concordava com a avaliação da turma do outro lado.
Chega o grande dia e Gilvan, matreiramente, surge cedinho e avise que só vai poder jogar após o meia-dia, pois teria que ir a um enterro de um conhecido da família dele. Armandinho já estava lá, também, e permaneceu quietinho, somente aguardando o grande momento. As horas foram se passando, a fome chegando e a ansiedade aumentando cada vez mais.
Eis que, por volta das 12h30, adentra à casa da mãe de Biu, Gilvan Carvalho, com toda a sua malícia. Escaladas as equipes, o árbitro Humberto Simons dá início à partida. E, então, o mais incrível acontece: o Botafogo arrasa o Santos e sapeca-lhe sem dó nem piedade um sonoro 5x0. Sagra-se supercampeão da Boa Vista para a alegria dos estancienses.
Gilvan, cabisbaixo, ainda sentindo o amargo da derrota, não se conteve e, virando-se para a platéia, desculpou-se: - Não deu, turma! Passei o tempo todo segurando a alça do caixão! A mão pesou!
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