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domingo, novembro 01, 2009

A VOLTA AOS QUINTAIS, TERRAÇOS E GARAGENS

Abiud, botonista inveterado, em mais um momento feliz.
A luta pela sobrevivência do futebol de botões continua sendo enorme. Muitas idéias para o desenvolvimento desse esporte foram lançadas, com algumas sendo colocadas em prática, na tentativa de agregar mais e mais pessoas num mesmo espaço. Porém, há um fato importante que foi deixado de lado: o comportamento das pessoas. Infelizmente, em cada cabeça, um mundo, conforme reza o dito popular, daí tornar-se humanamente impossível o convívio entre botonistas sem que haja conflitos. Sempre foi observado que o jogo de botão não passa de uma brincadeira entre parentes e amigos, acontecendo sempre nos terraços, quintais e garagens, normalmente nos fim-de-semana ou algumas vezes à noite, após a novela das oito. Como são disputas, haverá sempre vencedores e vencidos e com isso não faltam as desavenças que logo se dissipam, prevalecendo sempre a amizade, cultivada durante grande período de suas vidas. São laços indestrutíveis.

Quando se sai desses terraços, quintais e garagens, a coisa muda de figura. De início, o grupo de amigos se reúne e parte para a organização de uma associação. As portas são obrigadas a serem abertas a todos, mesmo que haja critérios na escolha para admissão de novos sócios. Pensa-se sempre numa sociedade homogênea, sem interesses outros que não o do desenvolvimento do esporte. Esse é o pensamento original daqueles que deram início a empreitada. Mas no percurso haverá pedras no meio deste árduo caminho. Começam os conflitos, os interesses outros, as vaidades, as afrontas, os mexericos, os disse-me-disse e aí percebe-se que a natureza humana é contrastante no que se refere ao comportamento, mesmo que haja regras de convívio entre as pessoas. A empatia entre os membros da associação, de repente, se transforma em antipatia e surgem grupinhos que tendem a se insurgir contra tudo que é planejado para que o jogo de botão siga firme e forte. Acaba-se a seriedade, notadamente nas competições e percebe-se muitas vezes a clara falta de desportividade. Começa o favorecimento para esse ou aquele disputante. A ética vai para o espaço. É o início do retrocesso.

Aparece os primeiros sinais de fadiga nessa desesperada luta pela sobrevivência e a tão sonhada convivência pacífica passa a ser vista como utopia, como na realidade sempre foi. É o fim de um sonho.

A solução é voltar aos quintais, terraços e garagens, no seio dos parentes e amigos, onde pode-se brincar de jogar botão com toda naturalidade, sem percalços, sem vaidades, sem outros interesses. Valeu a experiência! Viva o botão!

Um comentário:

Unknown disse...

Caro Abiud,

Independente de Paixão por Clube, regra de futebol de mesa, opção política e sexual. Sou e serei sempre seu admirador. Gordinho da Paulista.