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quarta-feira, novembro 30, 2005

DIVERTIMENTO CARO

Futebol de Mesa (Jogo de botões) - Brinquedo de Criança ?
Infelizmente, o futebol de mesa não é acessível a todas as camadas da sociedade, pois os custos são relativamente altos. De início, o campo, nas dimensões oficiais, chega a custar mais de duzentos reais. Some-se a isso os cavaletes de apoio, as traves, os botões, as palhetas, o material de limpeza do campo e dos botões, as bolas, os cronômetros.
Além disso, o mais importante: o espaço físico. Terraços, quartos, garagens nem sempre estão disponíveis. A aventura de se colocar em agremiações esportivas ou em escolas, públicas ou privadas, esbarra na falta de incentivo e, principalmente de verba para instalação de toda infraestrutura que o empreendimento necessita e que possa dar uma expectativa de retorno, para que assim seja considerado sucesso. Se esportes mais populares, mais visiveis, não têm suas práticas incentivadas, que dirá o futebol de mesa, tido e havido como brinquedo de criança!
Percorrendo alguns bairros do Recife, conversando com as pessoas nas filas de bancos, pode-se constatar que o futebol de mesa é praticado por um grupo cada vez mais diminuto. Como atividade recreativa, é território exclusivo masculino, mas com o avanço tecnológico, cedeu quase todo o espaço para os videos-games. As crianças iniciam-se nos campos chamados estrelões, mas abandonam pouco tempo depois.Não se apegam à diversão. A bem da verdade, o futebol de mesa foi fragorosamente derrotado pelos jogos do computador.
Junto aos jovens, na faixa etária dos 13 aos 16 anos,observa-se a prática do futebol de mesa, sem muita força, logo interrompido pela insana batalha pelo ingresso nas universidades. É a guerra do vestibular!
Na fase adulta, o jogo de botões deixa de ser interessante, pois aí entra os períodos do namoro, do trabalho, do casamento, dos filhos, do lazer da família, onde tudo é feito no sentido da coletividade. Os que, nessa época, se aventuram no futebol de mesa criam um conflito familiar, às vezes com consequências desagradáveis.
Daí se conclui que os pouquíssimos que resistem a todos esses atropelos que a vida proporciona somente vem praticar o futebol de mesa com certa regularidade quando estão gozando a aposentadoria, no chamado fim-de-carreira. São esses verdadeiros heróis que devem ser reverenciados por tentarem manter sempre acesa a chama do jogo de botões.
Agora, imagine se houvesse uma homogeneização da regra! Os poucos pareceriam muitos e, talvez, a luta fosse menos inglória!

Um comentário:

Anônimo disse...

Aliás, tudo o que foi dito também se aplica ao tênis de mesa, outro esorte chamado de "brinquedo de criança". Felizmente, ao menos este último esporte está escapando um pouco desta pecha no Brasil.
Mas, que danado tem o povo brasileiro de não admitir que nós adultos nos divirtamos mais como quando éramos crianças? Que mal há nisto? E depois, não nos dizem os médicos e psicólogos e profissonais congêneres que devemos relaxar e nos entregar ao bom viver?