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domingo, março 19, 2017

UM COXA BRANCA NO BOTÃOBOL

Cláudio, o pernambucano Coxa Branca
Minha gente, hoje, sábado, dia 18 de março de 2017, fujo um pouco da rotina e entro para contar um fato curioso nesse mundo mágico do botãobol (futebol de botão na regra pernambucana,a rainha das regras.
Tudo começou nos meados dos anos 60 quando o botonista Cláudio Alves Sandes, o famoso Gordo, essa figuraça hilária, dava suas primeiras palhetadas nesse esporte maravilhoso que é teimado em ser visto como brincadeira de criança por muitos incautos, que não sabem da realidade do atual estágio do futebol de mesa.
Ainda menino, Cláudio se entusiasmava com as jogadas de seu pai, mestre da palheta, Mário Sandes, um tremendo botonista que infelizmente partiu muito cedo, deixando uma lacuna, nunca preenchida nas mesas de Pernambuco.
Em confronto de botãobol contra seu irmão Clóvis Sandes
Era comum a presença de botonistas no terraço de sua casa,  na Rua Moraes e Silva, no bairro da Estância, aqui no Recife e os jogos deslumbravam o menino Cláudio, muito pirralho e que limitava-se apenas a assistir as partidas do pai e do irmão mais velho.
Esse entusiasmo, levou-o a adquirir seu primeiro time de botão e a partir de então tem início sua vivência nesse mundo mágico. Era o sonho de menino, transformando-se em realidade.
A cobra coral deu lugar ao Vovô Coxa
Na verdade, o Gordo nasceu tricolor, pois no futebol de Pernambuco, o Santa Cruz Futebol Clube era o time de maior destaque na época, já que se tornara campeão por cinco anos consecutivos. Era a fase de ouro do Tricolor do Arruda e serviu para aumentar consideravelmente o número de torcedores.
Porém,. no mundo do botão, cada botonista era obrigado a declarar um time para que pudesse participar das competições e era vedado haver times em duplicata, portanto, não poderia haver dois Santa Cruz numa mesma competição. Por ser novato, Cláudio teve que fazer opção por outro clube e ele ficou sem a mínima ideia de qual seria esse clube.
Junto do blogueiro Timbu que o fez virar Coxa Branca 
Então, ouviu, desse blogueiro, que jogava com o time do Náutico, o que faz até hoje, a sugestão para que colocasse o nome do Coritiba, o famoso Coxa Branca do Paraná.
Com alguma relutância, devido às cores alviverdes,  acabou aceitando e a partir de então tomou gosto e foi crescendo no mundo do botãobol. Com o sucesso, a outrora paixão pelo Santa Cruz Futebol Clube foi ficando para trás e o Coritiba passou a ser o time de coração. Flâmulas, camisas, escudos, tudo que se referisse ao Coxa era recebido e guardado com muito carinho.
Esse timaço é bem representado nas mesas de botãobol
O tempo foi passando e o Coritiba entrou de vez na sua vida, deixando as mesas do botão e migrando para os campos de futebol. Tornou-se ferrenho torcedor Coxa Branca, comparecendo aos jogos todas as vezes que o Coritiba aqui se apresentava.
Betinho, Fernando Santana, Luciano Veloso, Givanildo, seus antigos ídolos, deram lugar a Tião Abatiá, Paquito, Rafael, Lela, Gomes, Heraldo, Vavá, Edson, Dida e tantos outros craques coxas.
Cláudio e seus anfitriões na capital paranaense
E o tempo passou e hoje, Cláudio Alves Sandes, o Gordo, convidado para ir à Curitiba, pelo Grupo Unidos pela Vida, para dissertar sobre sua experiência à frente da Associação dos Portadores de Fibrose Cística, aproveitou os poucos momentos de folga na capital curitibana para enfim poder conhecer a fundo o seu clube de coração. Foi deveras sensacional!
Muito antes dessa grande data, o Gordo já se correspondia com a fervorosa torcedora coxa, Rosi Dalla Stella,  mas só agora pode sentir o quanto ela é importante na vida do Clube. Sua residência é uma extensão da sede do Coritiba, toda ornamentada. Em todos os cômodos da casa a presença coxa é marcante. 
Isso facilitou sobremaneira sua convivência e todas as portas alviverdes lhes foram abertas e assim ele adentrou ao majestoso Estádio Couto Pereira, à sede social, à loja de conveniências e o principal de tudo, recebeu o honroso convite para assistir ao jogo CORITIBA X J.MALUCELLI, máxima emoção, mesmo com a partida terminando empatada em 0x0. Não pode vibrar com os gols, mas o coração manteve-se acelerado até o fim do jogo.
Cláudio e os símbolos sagrados do Coxa Branca
De volta ao Recife, eis o Gordo Cláudio mostrando a bandeira e a camisa Coxa Branca que recebeu de presente dos amigos curitibanos, agora irmãos coxas brancas. Valeu! Para jamais esquecer. Viva o Coritiba! Viva o botão!

2 comentários:

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Amigo Abiud,
A história do Coxa Branca é muito bonita e mostrou que torcer para um clube é uma demonstração de amor e afinidade. Comigo aconteceu, no futebol de mesa, iniciar com um time do Vasco da Gama, que era o maior ganhador do Brasil e b ase da seleção brasileira. Depois, quando comecei a frequentar os campos, passei a torcer pelo G. E. Flamengo, da minha cidade. Inclusive no campeonato brasileiro de 1971, em Recife, eu joguei com o Flamengo. Em 1973, fomos convidados para um torneio em Salvador e eu, sendo sócio, fui falar com o diretor de futebol do meu clube, com o qual havia sido campeão em 1969, estando na história da AFM Caxias do Sul. O dirigente simplesmente disse que não tinha camisa para me dar. Fiquei magoado e um amigo, Conselheiro do clube me cedeu uma, das que ele tinha. Dias após, como caixa do Banco do Brasil, atendi o Paulo Cesar Carpeggiani que procurava seu irmão Celso Tadeu Carpeggiani(Borjão) que trabalhava comigo. Arrisquei pedir a ele uma camisa do Inter, pois naquele tempo a camisa dada era descontada so salário do jogador. Ganhei a camisa e abandonei o Flamengo definitivamente,passando a jogar com o Inter dali em diante. Este Inter que foi o maior campeão na cidade de Brusque, onde vim transferido, tem uma história de glória e todos os meus números 10 serão sempre Carpeggiani.
Um abraço colorado e gaúcho.

Abiud Gomes disse...

Meu caro Sambaquy. Bela história. Meu primeiro time de botão foi o América do Recife, alviverde e um grande time na época de minha infância. Aos 11 anos, fui morar no bairro da Estância e lá comecei a me aproximar do futebol. A paixão pelo Náutico surgiu quando fui assistir à minha primeira partida de futebol profissional na Ilha do Retiro, Náutico X Santa Cruz. O jogo terminou em 0x0 e me tornei Timbu. Depois, me desfiz do time do América e consegui três times: Portuguesa, Palmeira e Náutico. A partir daí não parei mais, porém, com o passar dos anos, já não sinta a mesma paixão pelos times paulistanos e me concentrei totalmente com o meu velho Timbu. N-A-U-T-I-C-O! Abração pernambucano e timbu.