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sexta-feira, julho 10, 2009

A RAINHA DAS REGRAS


Toda a magia da regra pernambucana, a rainha das regras
Todos sabem o quanto sou apaixonado pelo futebol de botões. Essa paixão vem desde os meus sete anos, quando formei meu primeiro time, o América, com botões de capa. O goleiro de caixa de fósforos era o Amauri. A zaga era formada por Deusdedith e Biu; a linha média, terrivel: Julinho, Capuco e Astrogildo. O ataque famoso: Zezinho, Valdeque, Buarque, Valeriano e Dija. O centro avante Buarque era pequenininho, de quenga de coco.
A partir daí, não parei mais, até chegar aos dias de hoje, aos sessenta e nove anos bem vividos.
No início, a regra era a famosa leva-leva, com bola de cortiça.
O tempo ia passando e as transformações foram acontecendo.
As bolas, sempre esféricas, iam das contas de colar de madrepérola às de farinha.
No final dos anos 50, já residindo na Estância, travei meu primeiro contato com a bola de borracha. A dificuldade era enorme, mas fui me aperfeiçoando e consegui dominá-la, de vez.
Então, quando voltava a jogar com as bolas antigas, não tinha mais nenhuma graça, pois ficava uma baba. Infelizmente, como acontece ainda hoje, é dificil confeccionar bolinhas de borracha. É preciso muita habilidade.
Outra dificuldade encontrada quando se jogava com bola esférica, notadamente com bola de borracha, era deixar o campo totalmente nivelado, sem descaídas. Era o maior problema. Talvez, isso, tenha sido a principal causa para a mudança das bolas.
Aí apareceram as "bolas" pastilhas.
Sempre me recusei em utilizá-las, pois se o futebol de mesa era e é a representação do futebol, como admitir que a bola não fosse esférica?
A bolinha de feltro é perfeitamente admissível, apesar de tornar o jogo fácil demais, principalmente na regra paulista, com a monstruosidade de tamanho das metas. Os escores de 9x9 deixam o jogo desinteressante, com a banalização do gol.
Portanto, me perdoem aqueles que se julgam botonistas e praticam o "futebol de mesa" com as pastilhas ou discos. Que esse jogo tenha seu nome mudado para "hóquei de mesa". Seria mais coerente.
Da mesma forma, enquadra-se o futebol de mesa na regra dadinho. É simplesmente constrangedor. Como diversão, ótimo! Como passatempo, melhor ainda! Mas, como jogo de botão, vai uma distância enorme.
É triste, ver pessoas com grande potencial para a prática do verdadeiro futebol de botões, enveredarem por esse caminho, sem nenhuma ambição.
É o mesmo que um funcionário que não pensa ou mesmo deseja ascender a um posto imediato dentro da hierarquia no trabalho.
Portanto, o futebol de botões onde me acostumei a praticá-lo com todo amor, hoje, com as modificações normais que teriam que acontecer no decorrer dos anos, aperfeiçoando-se cada vez mais para melhor, faz com que eu afirme que a regra pernambucana, a antiga regra de celotex da Boa Vista, é de fato e de direito a rainha das regras.
Sei que críticas acontecerão, porém, as façam, desde que, antes, experimentem, pelo menos uma vez, jogar o verdadeiro futebol de botões, na maravilhosa regra pernambucana. Viva o botão!

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