Eles são nada menos que uma relíquia, uma verdadeira
raridade e que em tempos atuais pode-se até considerar que são peças em
extinção.
Evidentemente, minha gente, estamos nos referindo mais uma vez, àquela matéria que enche os olhos de qualquer botonista, de qualquer regra de futebol de botão que pratique, pois se trata de algo exímio em termos artísticos e de uma preciosidade sem tamanho para aqueles que não apenas palhetam com eles, mas também colecionam essas raridades.
Falamos dos BOTÕES DE CHIFRE DE BOI, cuja matéria prima é
destacada e referenciada pela APFM neste mês de abril, que patrocinará um
torneio especialmente dedicado a este tipo de botão, no último sábado do mês de
abril.
Trazendo um pouco de detalhes sobre os botões da Chifre da
Regra Pernambucana, cabe destacar aqui NA MARRETA, o quanto são belos e
diferenciados estes tesouros, mesmo em se tratando de uma mesma matéria: CHIFRE
DE BOI.
É justamente aqui que começa os mínimos detalhes dos tipos de botões de chifre.
A rigor, temos dois tipos de botão: Os de “ponta de chifre”
e os de “lado de chifre”. E como se dá essa diferenciação de tipo?
Olhando para o mesmo “cone curvado” do chifre, considere que
internamente existe um “recheio” orgânico proveniente da própria matéria. Esse
recheio é suficientemente rígido e resistente, que permite que, manuseando
artesanalmente esta matéria, formem-se os clássicos botões, trabalhando em
diâmetro, altura e ângulo de cada botão.
Um mesmo “cone” de chifre, dependendo de seu cumprimento (e
recheio), permite que tenhamos vários botões da mesma ponta de chifre. Inicialmente,
são cortadas as “bolachas” no sentido transversal do cone, assim como nos
mostra a imagem. Evidentemente que essas bolachas não são perfeitamente
arredondadas, dada o próprio formato primitivo do chifre e é justamente aqui,
depois das “bolachas” geradas no corte, que inicia-se os primeiros passos no
torno, onde o artesão trabalha no diâmetro circular da bolacha.
Daí, depois, vem o trabalho das cavas inferiores típicas dos
botões da Regra Pernambucana, e por último, o ângulo de cada jogador, conforme
gosto e preferência de quem encomendou tais botões. Estes são os BOTÕES DE
PONTA DE CHIFRE, considerados, inclusive, os mais resistentes e valiosos botões
nessa matéria.
E os botões de lado de chifre, como surgem eles?
Partindo do mesmo “cone curvado”, este nem sempre traz seu “recheio”
orgânico ainda intacto, quando assim encontramos no mercado em geral. Mas o
fato de não possuir esse recheio, não quer dizer que a matéria não sirva para a
confecção de botões.
É aqui que entra outra técnica de fabricação, que consiste
em cortar o chifre de forma longitudinal, ou seja, cortando-o da ponta à base,
dividindo-o ao meio. Após esta ação, teremos duas metades curvadas do chifre,
justamente caracterizadas pelo “lado do chifre” que posteriormente, serão
aquecidas no fogo, para que se alcance um desejável nível de flexibilidade da
matéria, “desempenando” seu formato curvo, tornando-a reta, plana, esticada,
formando placas de chifre.
Estas placas geradas no aquecimento do chifre, o artesão
executa uma colagem de placa com placa, obtendo a altura dos botões da Regra
Pernambucana, restando apenas as etapas do torno, com o corte circular,
cavidade inferior e angulação do botão.
Ainda com o “lado do chifre”, algumas placas obtidas (se der
sorte) já poderão estar na espessura ideal que, na transformação da matéria,
atinja a altura necessária para que obtenham-se botões sem a necessidade de
colagem de placas entre si, o que dá ainda mais valor aos botões classificados
nesse tipo de chifre.
Vale registrar que essas placas do lado do chifre permite ainda
que a imaginação do artesão, se desprendo do próprio chifre, possa uni-la a
outras matérias como resina ou acrílico, confeccione botões com colagens como
por exemplo, acrílico na base e chifre na parte superior do botão. Aqui, surge
ainda uma 3ª opção de times de chifre, batizados na Regra Pernambucana como
BOTÕES DE DUAS CABEÇAS.
Interessante, não é?
Só de escrever esse breve relato sobre os belíssimos botões
de chifre da Regra Pernambucana, a vontade de largar tudo por aqui e correr
para uma mesa de botão é instantânea.
Botões clássicos assim, com peculiaridades que vão desde sua
produção até à sua jogabilidade particular, a APFM faz questão de referenciar e
pôr em disputa um troféu exclusivo a eles, denominado de CHIFRONÉSIO DO RECIFE,
categoria de futebol de mesa praticamente exclusiva da Regra Pernambucana, por
se tratar de um tipo de botão utilizado unicamente na Bola de Borracha.
É por isso que, nas últimas matérias de A Marreta, eles
estão em evidencia.
Sala Brasília cheia de gente, campos lotados de chifre de
boi, experimentos, testes, aprimoramento e claro, muita alegria contagiando à
todos, por tamanho saudosismo dentro de campo.
Foi assim o clima na Sala Brasília neste último sábado, onde
mais uma vez, vivenciamos inúmeros amistosos em ritmo de preparação para a próxima
competição. E nestes mesmos amistosos, o que se via era chifre de boi em todas
as direções.
Dia 30 de abril está chegando, e o TROFÉU CHICO BARBOSA será
ofertado ao melhor que palhetar e acertar o caminho dos gols, dentro do
CHIFRONÉSIO DO RECIFE.
Ainda teremos mais 2 sábados até o grande dia, e aqui estaremos,
trazendo as maravilhas que acontece na APFM e nesse mundo à parte, o mundo dos
times de chifre de boi.
Até breve, meus amigos! E viva o Botão!
2 comentários:
Meu amigo Hugo Alexandre, que maravilhosa explicação sobre os botões de chifre. Realmente, para mim foi uma novidade. Imaginava a confecção de diversas maneiras, mas nenhuma delas como as descritas em seu texto.
Se alguém de vocês quiser vender um botão das duas formas descritas, eu me interessaria, pois assim teria essa raridade entre os diversos times que guardo desde os meus tempos gloriosos de praticante.
Acredito que o entusiasmo deve estar contaminando a todos os participantes da Regra Pernambucana, pois somente ei poderá ser visto um campeonato com botões de chifre.
Um abraço a todos e eu penso que o vencedor dessa etapa será um grande candidato ao título de Campeão de 2022.
Amigao Sambaquy! A ideia da escrita explicativa veio de seu ultimo comentário na materia passada, e fez acender a ideia de que muitos veem, mas nao fazem ideia de como é fabricado ou torneado um botão de chifre!
Esses botões, dentre nós que jogamos a Regra Pernambucana, são peças estimadissimas de coleção justamente pela particularidade da materia, que é unica, desde sua origem e fabricação até a forma peculiar de jogo.
Sobre seu desejo de adquirir, vou levar aos amigos da APFM, para que avaliem em seu plantel, a disponibilidade de venda de pelo menos 1 exemplar de botão de cada estilo (Ponta e Lado de chifre)
Sobre o chifronesio, temos pesos pesados gabaritados nessa tematica, e realmente, não creio que haja surpresas quando se trata de Chifre de boi em campo.
Vamos aguardar e pagar pra ver!
Saudações Chelseanas, que hoje, bateu na trave contra o Real Madrid!
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