Minha lista de blogs

quarta-feira, agosto 31, 2005

LEGENDAS DO CELOTEX


Na regra pernambucana, o futebol de mesa é mais conhecido como celotex e em suas muitas histórias e fatos cabe destacar o nome de Aldiro Santos, que veio a se tornar um mito dessa modalidade esportiva. Quem teve o privilégio de conhecê-lo, jamais esquecerá todo o benefício que o mesmo proporcionou ao celotex.
Representava, na época, nos anos sessenta do Século XX, o poder econômico, a elite do celotex. Quando via um time em ascensão, logo fazia grandes investimentos para adquirir os principais valores surgidos e, assim, enfranquecer o possível adversário. Quem tivesse botões em destaque, sentia-se logo assediado com propostas irrecusáveis.
Participava de todas as competições realizadas na Liga de Celotex da Boa Vista, localizada na Rua da Matriz, na residência de Severino Vieira.
Antes, na Rua Montevidéo, próximo ao Parque Amorim, em sua residência, organizava as competições, onde saía na maioria das vezes vitorioso.
Fumante inveterado, de voz rouquenha e uma acentuada calvície, Seu Aldiro, para os mais jovens, representava toda uma experiência de vida no celotex. Muito se aprendeu com ele.
Hoje, os remanescentes de seu tempo transmitem, aos que vêm surgindo, a herança deixada pelo supremo mestre da palheta. Amém!

sexta-feira, agosto 19, 2005

LINGUAGEM DO CELOTEX


Você, que não faz parte do universo do futebol de mesa, mas precisamente da regra pernambucana, é capaz de traduzir esse texto ? "No clássico do celotex, Pablo Zabaleta ingarriu e não fez o caxinguelê. Preparou o vaco-vaco, mandou colocar mas a bola ramprou. É mais uma história triste!".
Como em todas as atividades humanas cada uma tem seu linguajar característico. O futebol de mesa não poderia fugir à regra.
Na regra pernambucana, os botonistas usam o termo celotex para definir o futebol de mesa, o jogo de botões. Ingarrir significa que o botão teve seu deslocamento interrompido precipitamente, normalmente provocado por sujeira no campo de jogo ou na base do próprio botão. Vaco-vaco é um tipo de jogada em que uma equipe vai posicionando o botão para um chute à gol sem que o adversário tenha a mínima condição de evitar. O caxinguelê é traduzido como o encontro de dois botões de uma mesma equipe colados à bola. Nos chutes a gol, o time atacante deve dar o aviso de que vai chutar dizendo "coloque-se". Outras expressões de alerta também utilizadas são: lá, tás, teje, pega... e por aí vai. Cabe ao time atacado posicionar o goleiro e dizer "pronto!".
Ramprar, termo inventado por Toinho Rapariga, um antigo botonista, nos anos sessenta, para dizer que a bola, após um chute, bateu na trave e no goleiro, por pouco não entrando no gol. Pablo Zabaleta, o botão da foto, é o nome do ponta esquerda do time do Arsenal, um dos 67 times do atual Presidente do Conselho de Decanos da APFM.
E a história triste é mais um resultado negativo, um insucesso, conforme se refere sempre Adilson Securinha, Vice Presidente Executivo da APFM.

segunda-feira, agosto 15, 2005

GOLEIROS

Goleiro da Regra Pernambucana
Na regra pernambucana os goleiros são totalmente diferentes das outras regras. A forma é cilíndrica, medindo 40mm x 60mm e a superfície é ligeiramente abaulada. Nas partidas, ele é posicionado embaixo da meta, ficando metade dentro do gol e a outra metade, fora. Serve-se de uma paleta especial todas as vezes em que vai efetuar uma jogada (deslocamento). Seu raio de ação está restrito às duas áreas (grande e pequena). Caso venha, no seu deslocamento, tocar a bola fora da área grande, terá cometido uma infração (tiro livre direto). Caso venha, no seu deslocamento, antes de tocar na bola, chocar-se com um botão da mesma equipe, dentro da área, será cobrado um tire livre indireto. Se o botão for da equipe adversária estará caracterizado o pênalti. Ao técnico é dado o direito de mover o goleiro, com a mão, para posicioná-lo quando o adversário der o aviso de que vai chutar a gol. Da mesma forma, poderá também posicioná-lo quando for atrasar uma bola. Nos demais casos, o goleiro não poderá ser movimentado.

terça-feira, agosto 09, 2005

BOTÕES DA REGRA PERNAMBUCANA

T Arsenal, time de botão de resina acrílica, da Regra Pernambucana
Diferentemente das demais regras, os botões utilizados na regra pernambucana são feitos dos mais diversos materiais: acrílico, resina acrílica, baquelite, osso, chifre de boi, marfim, quenga de côco.
São fabricados em diversos tamanhos, variando de 32 mm a 42 mm, com altura máxima de 7mm.
As cores são de várias matizes, havendo times com botões de uma mesma cor e outros com coloridos os mais diversos.
Todos os botões recebem um nome de batismo, sendo que normalmente, mas não obrigatoriamente, os nomes são colocados em homenagem, tanto aos atletas de equipes de futebol em atividade, como ex-atletas. 

Famalicão, time de botão de  lado de chifre de boi, da regra pernambucana
Os times de botão têm seus nomes inspirados, normalmente, nas equipes de futebol da simpatia dos seus diretores técnicos (esse é o nome dos proprietários dos times de botão).
É bom saber que não existe regras para a colocação de nomes de botões e de times. O diretor técnico tem livre arbítrio para colocar o nome que quiser nos seus botões, porém, quanto ao nome dos times há restrição quando já existe um outro igual, respeitando aí o tempo de sócio do Clube do Botão.
O goleiro tem características próprias, podendo ser em acrílico (o mais normal) ou outro material, porém, sua base é contornada por material flexível (borracha ou silicone), evitando que os choques dos demais botões não causem danos recíprocos. O goleiro mede 40mmx60mm, de forma cilíndrica e a sua superfície é ligeiramente abaulada.
No Recife, os mais famosos fabricantes de botões são Armando Francisco da Silva e Adilson César Labilasca.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Os Grandes Nomes da Regra Pernambucana

Os titãs da Regra Pernambucana, Humberto e Moisés, ladeando o decano Adilson
O futebol de mesa, jogado na regra pernambucana, a exemplo do que ocorre com as outras regras, possue os cobrões, aqueles que se destacam em todas as competições que tomam parte, sempre ocupando as primeiras colocações. No passado recente, os nomes mais famosos eram os de Chico Barbosa, Paulo Felinto, Severino Vieira, Waldyr Santa Clara, Gilvan Carvalho, Armando Filho e René Cézar. Depois, surge nova safra de botonistas, entre os quais se destacavam Marcos Bundão, Silvio Romero, José de Ribamar e Marcos Securinha. Atualmente, a hegemonia do futebol de mesa está nas mãos de Humberto Arruda e de Moisés Pena. Quase não há diferença entre ambos.Há um empate técnico. Praticam um futebol de mesa do mais alto nivel e pode-se dizer que não têm concorrentes.Observando o ranking da Associaçào Pernambucana de Futebol de Mesa, verifica-se que botonistas, também de excelente nivel, como Adilson Ribeiro, José Hércules, Paulo Jiquiá, Abiud Gomes e Cláudio Lucena conseguem, no máximo, dificultar em algumas passagens a ascenção desses dois notáveis botonistas. O próprio Armando Filho, que ainda é um grande destaque no mundo do botão, demonstra também que Humberto e Pena começam a se distanciar, tal é o estágio de eficiência desenvolvido por ambos. A aplicação, o espírito determinado demonstrados quando os mesmos vêm para uma disputa, é qualquer coisa de espetacular. É de se tirar o chapéu! Pela nossa vivência no reino do celotex, temos a certeza que outros excelentes botonistas surgirão, porém, o trono desses dois cobras do botão ainda vai durar um bom tempo!